terça-feira, novembro 30, 2004

FERNANDO VALLE, UM CIDADÃO EXEMPLAR

Nestes últimos meses morreram vários cidadãos de quem, de uma ou outra forma, nos sentimos devedores pelo contributo que deram para a construção de uma sociedade mais livre, justa e fraterna. Refiro-me a António Luciano de Sousa Franco, a Sophia de Mello Breyner Andresen, a Maria de Lurdes Pintassilgo, a Luís Nunes de Almeida. Não tive ainda oportunidade de dizer quanto lhes devo, mas não quero deixar passar a morte de Fernando Valle, sem lhe deixar aqui expressa a minha gratidão pela lição de cidadania que dele recebi. Fernando Valle para mim estará sempre associado a alguns ensinamentos que são guias para a acção que lhe ouvi repetir em vários jantares comemorativos da fundação do Partido Socialista. Costumava dizer que depois do século XIX ter sido o século da luta pela liberdade e do século XX da luta pela igualdade, o século XXI viria a ser o século da fraternidade. Falava, citando Jaime Cortesão, com confiança e esperança no futuro e do contributo da juventude para o novo mundo de fraternidade que nos cabe, para concluir, proclamando com Dostoievski, que só a beleza salvará o mundo. Pela minha parte, como singela homenagem, gostaria de deixar aqui dois breves registos de uma entrevista concedida ao jornal "Público" em 30.07.2000. "As três personalidades que no século XX melhor representaram os valores da liberdade, igualdade e fraternidade não são europeus, nem de raça branca: Nelson Mandela, Luther King e Gandhi"... "Além disso, Gandhi conseguiu realizar politicamente um sonho que S. Francisco de Assis formulara há mais de 800 anos- o da pacificação, a resolução dos conflitos sociais pela via da não violência" Era um cidadão exemplar, democrata, socialista e maçon. Sendo eu um socialista, de matriz católica, foi sempre com agrado que ouvi as suas intervenções inteligentes, tolerantes e generosas. Valeria a pena que a RTP editasse uma curta-metragem que sobre ele exibiu no Canal 2 há alguns anos e que é um documento histórico notável e um retrato singular de um cidadão exemplar. Seria um acto de pedagogia cívica torná-lo acessível ao grande público. Nestes últimos meses morreram vários cidadãos de quem, de uma ou outra forma, nos sentimos devedores pelo contributo que deram para a construção de uma sociedade mais livre, justa e fraterna. Refiro-me a António Luciano de Sousa Franco, a Sophia de Mello Breyner Andresen, a Maria de Lurdes Pintassilgo, a Luís Nunes de Almeida. Não tive ainda oportunidade de dizer quanto lhes devo, mas não quero deixar passar a morte de Fernando Valle, sem lhe deixar aqui expressa a minha gratidão pela lição de cidadania que dele recebi. Fernando Valle para mim estará sempre associado a alguns ensinamentos que são guias para a acção que lhe ouvi repetir em vários jantares comemorativos da fundação do Partido Socialista. Costumava dizer que depois do século XIX ter sido o século da luta pela liberdade e do século XX da luta pela igualdade, o século XXI viria a ser o século da fraternidade. Falava, citando Jaime Cortesão, com confiança e esperança no futuro e do contributo da juventude para o novo mundo de fraternidade que nos cabe, para concluir, proclamando com Dostoievski, que só a beleza salvará o mundo. Pela minha parte, como singela homenagem, gostaria de deixar aqui dois breves registos de uma entrevista concedida ao jornal "Público" em 30.07.2000. "As três personalidades que no século XX melhor representaram os valores da liberdade, igualdade e fraternidade não são europeus, nem de raça branca: Nelson Mandela, Luther King e Gandhi"... "Além disso, Gandhi conseguiu realizar politicamente um sonho que S. Francisco de Assis formulara há mais de 800 anos- o da pacificação, a resolução dos conflitos sociais pela via da não violência" Era um cidadão exemplar, democrata, socialista e maçon. Sendo eu um socialista, de matriz católica, foi sempre com agrado que ouvi as suas intervenções inteligentes, tolerantes e generosas. Valeria a pena que a RTP editasse uma curta-metragem que sobre ele exibiu no Canal 2 há alguns anos e que é um documento histórico notável e um retrato singular de um cidadão exemplar. Seria um acto de pedagogia cívica torná-lo acessível ao grande público.