terça-feira, outubro 27, 2009

REGISTO

JOSÉ SARAMAGO E A BÍBLIA
As recentes declarações de José Saramago sobre a Bíblia provocaram grandes discussões, nem sempre serenas e informadas.
Devo dizer que sou um leitor de José Saramago e que tenho simpatia pela forma como tem vindo a construir a sua obra literária.
Quando fui presidente do Centro de Reflexão Cristã (CRC) convidei-o para debates em que participou com total disponibilidade e grande generosidade.
Discordo, contudo, frontalmente da sua leitura literal da Bíblia, como de outras leituras literais de cristãos fundamentalistas.
Verifico que há muito para conhecer e discutir e que muita gente tem ainda uma leitura superficial da Bíblia.
Quero ai deixar o registo de algumas postas publicadas por João Miguel Almeida no Peão aqui e aqui e por Daniel Oliveira no Arrastão aqui e aqui , que são exemplos de intervenções inteligentes neste debate.
A propósito saiu uma edição da Bíblia para todos, que poderá conhecer melhor em breve em http://www.abibliaparatodos.pt/ .
A Bíblia é para mim o livro dos livros, mas todos os outros são imprescindíveis, designadamente, Caim de José Saramago.

domingo, outubro 25, 2009

CADERNO AFEGÃO DE ALEXANDRA LUCAS COELHO

O Afeganistão está mais do que nunca no centro da agenda política internacional, depois de Hamid Karzai ter sido levado a aceitar a eliminação dos votos fraudulentos nas eleições recentemente realizadas e de reconhecer a necessidade de efectuar uma segunda volta nas eleições presidenciais. Este reconhecimento é um facto sem precedentes em processos políticos recentes. Estamos numa encruzilhada política, marcada por uma grande incerteza relativamente ao futuro.
O Afeganistão está perto de nós não apenas por ter sido o ponto de partida de actos terroristas promovidos por Bin Laden, pelo facto de que a solução política que for ensaiada terá repercussões no nosso futuro colectivo, mas também porque os militares portugueses nele têm assegurado uma presença de grande dignidade.
Para saber um pouco mais sobre o Afeganistão é indispensável ler o livro Caderno Afegão, recentemente publicado por Alexandra Lucas Coelho, com prefácio de Carlos Vaz Marques numa belíssima e cuidada edição da Tinta da China, com capa dura, ilustração e fitilho.
É um excelente livro que se lê, de seguida, pelo prazer de ler, mas que nos ajuda a entender a complexidade da situação, os elementos culturais que não podem ser subestimados na construção das políticas, escrito por uma jornalista culta, inteligente e corajosa, que escreve literariamente um livro de viagens como fazia Bruce Chatwin.
A forma subtil como nos chama a atenção para os pormenores, da gastronomia, à forma como as mulheres se cobrem e descobrem, para os cheiros nauseabundos, mas também para as rosas e os jardins, para a beleza das pessoas, para as estratégias de segurança necessárias para circular, para o palimpsesto, a expressão é minha, de culturas sobrepostas e rasuradas de que é feito o Afeganistão, prende-nos e dá-nos pistas para entendermos as notícias que são publicadas nos jornais.
Dá-nos o quotidiano de coragem dos que regressaram e não desistem de reconstruir o país, o trabalho persistente de organizações como a Cruz Vermelha Internacional ou a Fundação Aga Khan.
Muita dessa gente é discreta na forma como pretende reconstruir uma sociedade civil, nomeadamente, a Fundação Aga Khan que vai lançando os alicerces de um futuro melhor, recuperando bairros inteiros nos centros históricos de Cabul e Herat, o que implica «- edifícios, materiais, artes e ofícios -, mas também desenvolvimento - educação, saúde, emprego, esgotos, pavimentos» ou edificando escolas em zonas remotas do Afeganistão, em terras de xiitas.
Ajuda-nos a perceber a riqueza cultural e espiritual que se esconde por trás da violência e da corrupção e que se exprime nesta frase de inspiração sufi de um velho e culto afegão “Cada pessoa tem valor por estar viva” ou a espantosa luta do livreiro de Cabul, que desde a monarquia à actualidade, passando pelo regime comunista e dos talibans persistiu na sua resistência cultural.
Cabul, Herat, Jalabad, Kandahar, Mazar-I-Sharif, Bamiyan, Band-E-Amir, Bamyan tornaram-se mais familiares, depois da leitura deste livro escrito com paixão. Senti agudamente como a nossa vida e experiência é limitada e pensei que, provavelmente, nunca terei oportunidade de visitar o Afeganistão, mas que deixou de ser para mim um país distante. Não esquecerei, por exemplo os Budas que foram destruídos pelos talibans em Bamyan, as ideias sobre a sua (limitada) reconstrução, mas também a beleza da paisagem que vi através da escrita de Alexandra Lucas Coelho. Não esquecerei as águas de Band-e-Amir, «a sombra azulada de uma grande superfície na montanha» e «três lagos mais belos que os lagos mais belos, entre montanhas dramáticas, de um turquesa impossível». Seria interessante que fosse publicada uma edição ilustrada desta viagem. Existem algumas fotografias e estão disponíveis aqui, mas as palavras são, neste caso, ainda mais expressivas do que as imagens.
Vale a pena traduzir este livro noutras línguas, mas quem poder ler Caderno Afegão na sua língua original será um privilegiado, porque está escrito num português magnífico, de uma forma viva, ágil e expressiva, que transmite com precisão factos e emoções.

sábado, outubro 24, 2009

DOIS NOVOS BLOGUES

Faranaz Keshavjee é uma cidadã portuguesa, uma professora universitária e uma teóloga muçulmana ismaelita. Não tem limitado a sua acção ao interior da Comunidade Ismaili, tem tomado parte activa no diálogo inter-religioso e intercultural. Referimos, designadamente, aqui e aqui , a algumas das suas participações. É uma cidadã activa, sem compromissos partidários, que foi membro da Comissão de Honra da Candidatura de António Costa à Câmara Municipal de Lisboa. É uma amiga que irei ler com atenção no novo blogue Crónicas de Uma Muçulmana aqui.
A Regra do Jogo é um blogue de leitura , também, indispensável que podem seguir aqui.
É um blogue colectivo de Ana Paula Fitas, Bruno Reis, Carlos Santos, Eduardo Graça, Guilherme W. Oliveira Martins, Hugo Mendes, Idália Moniz, João Constâncio, Luís Novaes Tito, Paulo Ferreira, Porfírio Silva, Ruben Ribeiro Eiras e Sofia Loureiro dos Santos, para o qual estabeleci um link permanente.
Este blogue é um espaço, onde muitos dos participantes, têm uma identificação ideológica com a esquerda democrática. Como referem: «Os jogos políticos, geopolíticos e partidários estão em marcha. E, como se dizia em La Règle du Jeu, um filme premonitório de tempos instáveis como o das frenéticas emoções da França de 1939, "Ce qui est terrible dans cette terre, c'est que tout le monde à ses raisons"».
Foi com prazer que vi o meu anterior post reproduzido aqui por iniciativa do Luís Novaes Tito, que, entre muitas outras coisas, criou, o primeiro sítio do ACIME.

domingo, outubro 18, 2009

PORTUGAL RECONHECE OS DIREITOS DOS IMIGRANTES

Portugal foi o país melhor classificado no que respeita à atribuição de direitos e serviços aos migrantes internacionais no Relatório sobre o desenvolvimento humano 2009 do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano), que podem consultar aqui, intitulado Ultrapassar Barreiras: Mobilidade e desenvolvimento humano e que foi comentado aqui.
É uma boa notícia que não posso deixar de saudar, desde logo porque foi necessário percorrer um longo percurso para aqui chegar. Uma classificação destas tem de ser merecida, tem para trás muitos anos de trabalho sério de muita gente e muitas lutas que envolveram agentes políticos, associações de imigrantes, organizações católicas, sindicatos e outras organizações solidárias com os imigrantes. É também uma classificação que responsabiliza, que temos o dever de continuar a merecer. Esta classificação desmonta a argumentação daqueles políticos de direita que estão sempre a dizer que não têm nada contra os imigrantes, só são contra a sua presença porque o país, deixa entrar os imigrantes, mas desinteressa-se da sua integração. Ora isto não é verdade há muito tempo. Foi verdade durante muitas décadas, mas deixou de o ser em 1996 com a criação, por António Guterres, do Alto-Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME), hoje Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI) e as políticas públicas de integração concretizadas desde essa data. Nessa altura os poderes públicos reconheceram, «de facto, o que até então tinha sido relegado para a categoria de “realidade virtual”», como então escreveram M. Margarida Marques e Rui Santos
Desde a criação do ACIME foram definidas e concretizadas políticas públicas de integração dos imigrantes, assentes no reconhecimento alargado de direitos aos imigrantes, o que, aliás, é uma decorrência do estatuto constitucional dos estrangeiros assente no princípio da equiparação de direitos e deveres entre nacionais e estrangeiros, com as excepções previstas na Constituição e na lei.
Portugal, que segundo o relatório, tem 7% de imigrantes, reconhece, designadamente: o acesso aos cuidados de saúde, independentemente do estatuto legal dos imigrantes (p. 56), como em Espanha; o acesso pelos alunos imigrantes a escolas com professores e recursos educativos de qualidade semelhantes àqueles que os alunos nativos têm acesso (p. 59), como na Dinamarca, Grécia e Holanda; Portugal, como a Itália, Luxemburgo e a Suécia são os países europeus em que existe um menor número de cidadãos considera que os imigrantes são um fardo fiscal líquido (p. 88); Portugal, como o Reino Unido ou a Itália permite aos imigrantes a oportunidade de converterem o seu estatuto temporário em permanente após vários anos de residência regular (p. 98); vários países europeus proporcionam cursos para o ensino da língua para os imigrantes recém-chegados, através de programas oferecidos pelo governo central, escolas públicas, municípios e ONGs, como acontece com o programa Portugal Acolhe, que remonta a 2001 (p 104).
O relatório poderia ter considerado outros índices, referentes ao acesso ao mercado de trabalho, à habitação, nomeadamente, à habitação social, às prestações sociais. Também nestas matérias, Portugal não ficaria mal classificado, mesmo se muito há a fazer.
O estudo em que são referidas as medidas adoptadas em Portugal em matéria de integração faz parte de um conjunto de mais de sessenta que serviram de base à elaboração do Relatório sobre o desenvolvimento humano 2009.
Esta classificação e vai na linha das conclusões do Migrant Policy Group no seu Índice das Políticas de Integração dos Imigrantes (MIPEX) que colocou Portugal em segundo lugar em 2007 entre os 25 países da UE.
Nada disto nos pode fazer esquecer que continuam e existir imigrantes em situação irregular em Portugal, como, aliás, em todos os países da UE, incluindo na Alemanha, que estão privados do direito de permanecerem nos diferentes países. Os Estados-Membros da UE continuam a tornar muito difícil a imigração legal, vendo-se obrigados a regularizar de forma casuística imigrantes que se encontram em situação irregular.
Também não podemos esquecer que há uma grande distância entre o que Dworkin designou como «law in the books» e «law in action», bem como o carácter precário de alguns diplomas legais que reconheceram direitos, como o acesso à saúde. Mas nada disto nos pode levar a subestimar a importância de Portugal ter reconhecido, com largueza, direitos aos imigrantes. Importa agora que se empenhe em concretizá-los.

quarta-feira, outubro 14, 2009

AGENDA CULTURAL ( 28 )

Comissão Nacional Justiça e Paz
Grupo de Trabalho Economia e Sociedade

Conferência
«Da democracia política à democracia económica»
Prof. Doutor Ladislau Dowbor
Dia 20 de Outubro às 15h00
Local: Fundação Calouste Gulbenkian – Auditório 3
(Av. de Berna, 45A - Lisboa)

Programa
 Palavras de abertura: Alfredo Bruto da Costa, Presidente da CNJP
 Apresentação do orador: Prof. Mário Murteira
 Conferencista: Prof. Doutor Ladislau Dowbor
Interpeladores: Doutor José da Silva Lopes, Prof. João Rodrigues
Moderadora: Manuela Silva

Entrada Livre

Nota curricular do conferencista:

Ladislau Dowbor é formado em Economia Política pela Universidade de Lausanne.
Doutor em Ciências Económicas pela Escola Central de Planeamento e Estatística de Varsóvia (1976). Actualmente é professor titular no departamento de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, nas áreas de Economia e Administração.
Continua com o trabalho de consultadoria para diversas agências das Nações Unidas, governos e municípios. Actua como Conselheiro na Fundação Abrinq, Instituto Polis e outras instituições.
Ultimamente tem trabalhado no desenvolvimento de sistemas descentralizados de gestão, particularmente no quadro de administrações municipais, envolvendo sistemas de informação para a gestão, políticas municipais de emprego, políticas integradas para crianças em risco e gestão ambiental.
Publicou mais de meia centena de livros e artigos. Textos técnicos disponíveis na homepage
http://dowbor.org/

sábado, outubro 10, 2009

AGENDA CULTURAL ( 27 )

Em co-organização com a Atalanta Filmes, o Le Monde diplomatique - edição portuguesa promove um ciclo de três debates (coord. de José Mapril), a seguir à exibição de Welcome, no Cinema King (Lisboa).
O primeiro debate teve lugar na passada sexta-feira, dia 9 de Outubro.
Estiveram em discussão Ilegalidade, fronteiras e imigração na Europa, com a participação de José Mapril (CRIA), Lorenzo Bordorano (CRIA) e Victor Pereira (IHC).
O segundo debate tem como tema Trabalho (in)formal e (in)documentação, com José Nuno Matos (ICS) e Rahul Kumar (ICS), no dia 14 de Outubro, 4.ª feira. A exibição do filme começa às 21h30.
As políticas da (in)documentação, com José Tolentino Mendonça (escritor) e Lídia Fernandes (SOLIM), serão discutidas no terceiro debate no dia 23 de Outubro, 6.ª feira.
Trailer do filme (legendado)

sexta-feira, outubro 09, 2009

MANUEL ALEGRE APOIA ANTÓNIO COSTA E UNIR LISBOA

António Costa e a sua lista representam aquela esquerda que pode vencer, mas neste momento ele representa mais do que o Partido Socialista, representa mais do que essa esquerda, representa mais do que os cidadãos que estão com ele, representa mais do que ele próprio, representa um projecto de abertura, um projecto inovador para unir Lisboa agora, para vencer e para unir Lisboa depois (…)
Só há uma maneira de renovar a Democracia, é vencer essa doença tão antiga do sectarismo, é pelo diálogo, é pela abertura, é pela inovação, é sabendo ouvir o outro, é sabendo falar ao outro
”, disse Manuel Alegre, muito aplaudido pela pequena multidão que enchia a Rua Augusta. “É essa a característica e originalidade inovadora desta lista encabeçada por António Costa”, sublinhou…
Para Manuel Alegre, as eleições autárquicas na capital são uma escolha entre “um projecto, que tem uma equipa competente” e a “estratégia nenhuma” de “uma espécie de malabarista solitário”, numa referência ao candidato social-democrata, Santana Lopes. “Consistência e leviandade”, “responsabilidade e demagogia”, “um projecto que procura mobilizar as pessoas” e o “populismo” de “ideias avulsas”, são outros opostos que, segundo Alegre, se defrontam no combate eleitoral da capital(….)
O ex-candidato presidencial considerou que a corrida à Câmara de Lisboa “é evidente que é uma escolha entre a esquerda e a direita”, mas também da Lisboa que se quer ter. O apelo que lançamos à cidade de Lisboa, de se unir para termos um governo de confiança, é uma mensagem que está a ser escutada, que está a ser ouvida e está a ter uma resposta clara”, afirmou. “Estamos aqui todos porque queremos continuar a ter uma Câmara de confiança à frente da cidade de Lisboa”, sublinhou.
Ver texto mais completo no sítio de Manuel Alegre aqui.

quarta-feira, outubro 07, 2009

REGISTO


Apoio de Carvalho da Silva a António Costa


Manuel Carvalho da Silva, líder da CGTP e militante do PCP, declarou hoje o seu apoio à candidatura de António Costa à Câmara Municipal de Lisboa.
"É preciso para Lisboa e para os lisboetas que António Costa ganhe as eleições", disse Carvalho da Silva no Chiado.
Blogue Unir Lisboa aqui.

segunda-feira, outubro 05, 2009

AGENDA CULTURAL ( 26 )

O cheiro de Deus
Na poesia de Adília Lopes

- trânsito da crença na poesia de Adília Lopes
Iniciativa do projecto Bíblia, Comunicação & Arte da Universidade Católica Portuguesa, ancorado na Faculdade de Teologia e no Centro de Estudos de Religiões e Culturas
7 de Outubro, pelas 15 horas
Temas abordados:
“A poesia como lugar teológico”
“As armas desarmantes de Adília Lopes”
“Deus é a nossa mulher-a-dias”
Participam: Peter Stilwell, Rosa Maria Martelo, José Tolentino de Mendonça.
Moderam. João Lourenço (FT-CERC), Maria Antónia de Vasconcelos (Didaskália), Alfredo Teixeira (IUCR-CERC)
18h,30 - Recital por Adília Lopes
Lançamento de “Dobra” Poesia Completa

sábado, outubro 03, 2009

ANTÓNIO COSTA - UNIR LISBOA

As eleições autárquicas em Lisboa são uma escolha decisiva entre dois candidatos, duas candidaturas e duas ideias totalmente diferentes para a cidade. É preciso sublinhar que é uma opção decisiva e que só estão em causa duas candidaturas para Presidente da Câmara, a de António Costa e a de Pedro Santana Lopes.
António Costa é o candidato do PS, que se abriu não apenas aos candidatos identificados com o movimento Cidadãos Por Lisboa de Helena Roseta ou de Lisboa é Muita Gente de José Sá Fernandes, mas também de muitos outros independentes, como os do CLAC, Cidadãos Lisboetas Apoiam António Costa. António Costa bateu-se por uma unidade à esquerda mais ampla, mas o Bloco de Esquerda e a CDU recusaram-na. Pedro Santana Lopes é o candidato de toda a Direita, reunida numa coligação do PSD/CDS/PP/PPM/MPT- Partido da Terra. Só estes dois candidatos concorrem verdadeiramente a Presidentes da Câmara de Lisboa. Os restantes candidatos de outros partidos de esquerda não concorrem a Presidentes de Câmara. Concorrem apenas a vereadores, porque o Presidente da Câmara é o candidato que encabeça a lista mais votada e não é escolhido pelos vereadores eleitos. Votar nessas listas é dispersar votos que são necessários para que António Costa possa governar a Câmara de Lisboa. A esquerda não deve concentrar os votos em António Costa, não deve ser burra, como referiu Boaventura de Sousa Santos aqui.
Lisboa depois da falência, da confusão e da paralisia em que a mergulharam a gestão da Direita, não pode ser mais uma cidade de oportunidades perdidas. O jovem escritor Jacinto Lucas Pires na sessão de apresentação da Comissão de Honra da Candidatura Unir Lisboa, que pode consultar aqui, referiu que é necessário recusar a lógica do foguetório, do populismo e da demagogia barata, que caracterizam a candidatura de Pedro Santana Lopes. António Costa representa, pelo contrário, a vontade de fazer de Lisboa uma cidade das pessoas, uma cidade amigável, uma cidade sustentável, uma cidade competitiva, inovadora e internacionalizada, uma cidade próxima e participada, uma cidade de oportunidades, cujo programa pode conhecer aqui.
Neste contexto, justifica-se que a esquerda se una em torno de António Costa, mas não apenas a esquerda, todos os cidadãos que amam Lisboa, que consideram que merece ser governada por uma equipa que faz bem. A Comissão de Honra da Candidatura de António Costa e o Concerto Todos Por Lisboa aqui exprimem bem a unidade de gerações, de actividades profissionais, de gente com diferentes orientações políticas, que estão empenhados numa boa governação para Lisboa, que é uma cidade maravilhosa, com uma luz magnífica, com gente cuja riqueza e diversidade cultural é uma oportunidade para fazer uma grande metrópole cosmopolita,
Depois de ter sido arrumada a casa na Câmara e pagas as dívidas, a cidade mexe, os pavimento foram recuperados, os espaços verdes estão a ser preservados, muitas casas estão a ser reabilitadas, bem como jardins ou logradouros, as pessoas sentem-se respeitadas na sua diversidade e que a sua diversidade cultural é uma oportunidade e não um fardo para a cidade, os mais velhos voltam a jardins que tinham sido abandonados e degradados e recomeçam os seus jogos de cartas, aumentam as vias cicláveis e os corredores bus. Naturalmente que muito há que fazer para tornar Lisboa uma cidade mais amigável, mais limpa, mais segura, para assegurar melhor mobilidade, para dotar Lisboa de melhores escolas, que assegure mais oportunidades para todos incluindo os jovens e os idosos, uma cidade de bairros, em que o comércio, o turismo, a ciência e a cultura, as novas industrias, e o empreendorismo criem empregos decentes.
Só pode unir Lisboa quem foi capaz de unir em torno de si cidadãos de grande competência, vindos da esquerda, de alguma direita que ama a Cidade, ou sem qualquer filiação política, quem promove o respeito pelas diferentes correntes espirituais da cidade e pela tolerância, quem sendo laico participou nas procissões católicas tradicionais da cidade, valorizou as raízes judaicas e islâmicas. Só Antonio Costa e a listas do PS, abertas aos cidadãos independentes, podem fazer de Lisboa uma cidade das pessoas, uma grande metrópole cosmopolita uma cidade global, como já fomos no passado e temos o direito e a possibilidade de ser de novo no futuro.