domingo, abril 24, 2011

DESIGN ATRÁS DAS GRADES



No dia 25 de Abril, estreia na RTP 2, às 19h15 do novo filme-documentário de Margarida Leitão (ver aqui e aqui) Design Atrás das Grades.
Design Atrás das Grades junta o improvável: prisões e design, num mundo que procura um futuro sustentável. Do pequeno estúdio de costura do Estabelecimento Prisional de Tires sai uma mistura de idiomas, aqui são produzidas as consagradas malas La.ga. Vikki, uma reclusa romena, diz que o tempo que passa na “fábrica” voa. Como as La.ga, as mulheres também saem das prisões com um carimbo. Seguimos a sua luta para melhorar e fortalecer as suas vidas em Portugal, dentro de Tires, e na Venezuela, onde a ex-reclusa Yanetzi continua a coser.

sexta-feira, abril 22, 2011

CONFERÊNCIAS DE MAIO DO CRC 2011

CONCÍLIO-REVISITÁ-LO E PENSAR O FUTURO
2 de Maio - O mundo mudado depois do Vaticano II
Eduardo Lourenço
P. José Tolentino de Mendonça
9 de Maio -Como organizar a Igreja - com que estruturas e ministérios?
Fr. Bento Domingues,o.p.
Emília Nadal

16 de Maio - As questões não resolvidas
Pedro Mexia
António Marujo
23 de Maio - Como continuar o Vaticano II ?
Manuela Silva
P. Peter Stilwell
Horário: 18h30m
Local: Lago do Picadeiro, 10, Lisboa - Metro: Baixa:Chiado
Organização: Centro de Reflexão Cristã

quarta-feira, abril 20, 2011

A SITUAÇÃO NO JAPÃO E O NUCLEAR

Os cidadãos japoneses e os cidadãos estrangeiros residentes no Japão, entre os quais muitos portugueses e brasileiros, enfrentaram, com coragem e com determinação invulgares, um conjunto de cataclismos desde o primeiro terramato, ao tsunami que e lhe seguiu, bem como o conjunto de sismos de menor intensidade, que se têm verificado.
Temos muito a aprender com elevada organização social japonesa, com a forma como através da aplicação efectiva de medidas anti-sísmicas nas construções, conseguiram diminuir o impacto destruidor dos sismos, como se verificou na Cidade de Tóquio.
Não podemos também deixar de retirar as devidas conclusões da situação de alerta de catástrofe, que se mantém na Central Nuclear de Fukushima Dailichi.
Temos motivos para nos congratulamos pelo facto de Portugal ter optado por promover a utilização das energias renováveis e continuar a recusar a opção nuclear
Saudamos por isso o facto da Assembleia Municipal de Lisboa, onde estão representados o PS, o PSD, o PCP, o CDS/PP, o BE, o MPT, PPM, o Partido Ecologista “Os Verdes” e deputados Independentes, eleitos nas listas do PS, ter aprovado no dia 19 de Abril, por unanimidade, a seguinte moção, que apresentei conjuntamente com o Líder da Bancada do PS, Miguel Coelho.

A SITUAÇÃO NO JAPÃO
Considerando que o Japão tem sido vítima de um conjunto de graves acidentes naturais desde o primeiro tremor de terra, ocorrido em 11 de Março de 2011, a que se seguiu um tsunami e novos sismos e que os japoneses e, em geral todos os cidadãos residentes no Japão, têm enfrentado a situação com extraordinária coragem e uma imensa dignidade;
Considerando que a comunidade internacional deve primeiro que tudo homenagear as vítimas, e ser solidária com o povo japonês, manifestando-lhe o seu respeito e os laços de amizade, que os japoneses designam por “kizuna”;
Considerando que a comunidade internacional e as cidades globais como Lisboa, devem exaltar todos os cuidados para fazer face a cataclismos, que as cidades como Tóquio têm tomado, nomeadamente, a criação de estruturas anti-sísmicas que, apesar da imprevista intensidade e violência dos abalos e do tsunami, limitaram, de alguma forma o seu alcance devastador;
Considerando que apesar do tempo decorrido, para além dos sismos que ainda se têm verificado, se mantém uma grave ameaça nuclear na Central Nuclear de Fukushima Dailichi;
Considerando que, apesar dos enormes esforços desenvolvidos pelos responsáveis japoneses e da cooperação científica internacional, se tem revelado ser muito difícil fazer face com sucesso aos graves riscos que as centrais nucleares fazem sentir sobre a qualidade do solo, da água, com consequências a nível internacional, levando países como a Alemanha a ordenar o encerramento de várias centrais nucleares;
A Assembleia Municipal de Lisboa reunida em assembleia ordinária em 19 de Abril de 2011, decide:
1-Manifestar o respeito, solidariedade e os laços de amizade que nos ligam ao povo japonês e aos cidadãos estrangeiros residentes no Japão, que foram sujeitos a crises naturais de rara violência, que provocaram milhares de mortos, feridos e um imenso sofrimento e que têm dado provas de uma enorme determinação, coragem e dignidade no enfrentar da situação.
2-Reafirmar a importância que atribui à implementação da legislação anti- sísmica em matéria de construções, que demonstraram no caso de Tóquio, poderem contribuir para diminuir o impacto dos tremores de terra, e de todas as medidas que reforcem a eficácia dos sistemas de protecção civil.
3-Congratular-se pela sistemática recusa em Portugal da opção pelo nuclear cujos riscos se revelam extremamente elevados, mesmo em países com grande desenvolvimento tecnológico e com um elevado grau de organização social como o Japão, e pela aposta nas energias renováveis.
4-Reafirmar a importância da Cidade de Lisboa continuar a promover a eficiência energética e a apoiar a utilização das energias renováveis.

domingo, abril 17, 2011

AGENDA CULTURAL (46)

A SEPARAÇÃO DO ESTADO E DA IGREJA de LUÍS SALGADO MATOS apresentado por MÁRIO SOARES terça-feira, dia 19 de Abril de 2011, às 18h30 no Auditório da Fundação Mário Soares Rua de S.Bento,166-1200-821 Lisboa _________________________ apresentado por DOM MANUEL CLEMENTE quarta-feira, dia 20 de Abril de 2011, às 18h30 no Palácio da Bolsa- Porto

FERREL, CHERNOBYL E FUKUSHIMA

Passaram trinta e cinco na passada terça-feira desde que em 12 de Abril de 1976 os habitantes de Ferrel se rebelaram contra a possibilidade de aí se construir a primeira central nuclear portuguesa, como recordou a Gazetas das Caldas aqui. A existência de uma fractura sísmica na zona de Ferrel juntou-se aos restantes argumentos contra os perigos da energia nuclear. Nessa altura os defensores do nuclear sublinharam os progressos tecnológicos verificados, que em sua opinião tornavam segura a opção pelo nuclear. Passados anos, o trágico acidente nuclear, ocorrido em 26 de Abril de 1986, em Chernobyl, veio demonstrar que a segurança afirmada era manifestamente exagerada. Posteriormente os defensores do nuclear passaram, de novo, ao ataque. O seu grande argumento consiste no enorme desenvolvimento tecnológico que se verificou desde Chernobyl que teria tornado ainda mais seguras as centrais nucleares. A sucessão de trágicos acontecimentos que se têm verificado no Japão, veio demonstrar, com clareza, as ameaças que a opção nuclear implica para a vida, segurança e saúde dos cidadãos. Como sublinhava o Expresso neste fim-de-semana: “…mais de um mês depois do terramoto e do tsunami (…) o nível de alerta da catástrofe de Fukushima Daiichi passou de cinco para sete, devido à quantidade de produtos radioactivos já libertados na atmosfera”, que corresponde ao máximo da escala de segurança, “o que significa simplesmente que a situação está fora de controle, à semelhança do que aconteceu em Chernobyl e que não se podem ainda prever as consequências da actual situação. Ninguém ignora que são invulgares as situações de desastre natural que contribuíram para esta situação. Também não podemos ignorar a evolução tecnológica, a cooperação científica e tecnológica que se tem verificado para apoiar os responsáveis japoneses, nem o elevado nível de organização social que se verifica no Japão. Apesar disso e do tempo já decorrido a situação permanece com a gravidade que se conhece. Não foi, por acaso, que Angela Merkel mandou encerrar um conjunto de centrais nucleares e que tantos milhares de cidadãos promovem no Facebook uma campanha contra a utilização do nuclear a nível da Europa exigindo um referendo sobre esta matéria. Portugal está numa posição privilegiada, porque os governos socialistas de José Sócrates não só têm recusado a opção pelo nuclear, como têm estimulado o desenvolvimento das energias renováveis (eólica, fotovoltaica) e da energia hídrica. Portugal é hoje um exemplo a seguir, um país em que o consume de electricidade renovável proveniente dos pequenos produtores descentralizados é maior do que o das grandes centrais térmicas a carvão e a gás natural. Neste momento de depressão, provocada pela crise da dívida soberana, é fundamental ter consciência que esta é uma marca de desenvolvimento sustentável baseado em fontes alternativas de energia. É verdade que a produção de energia renovável tem sido subsidiada por todos nós através das facturas de electricidade, mas os subsídios estão a diminuir e deixarão de existir a partir de 1029. Não se pode ignorar, além disso, que a aposta nas renováveis tem diminuído a nossa dependência energética e os gastos na compra de energia ao exterior, tendo permitido gastar menos 800 milhões de euros na importação de energia em 2010. Também não podemos ignorar as conclusões de uma simulação de um acidente nuclear como o de Fukushima, realizada na Escola Prática de Engenharia do Exército, em Tancos, um acidente em Portugal. Segundo o Público, de 17/04/2011l, concluiu-se que a radioactividade chegaria a 12 mil Km2, afectaria 1,6 milhões de pessoas em 48 horas, dos quais 1671 teriam de receber cuidados de saúde. Os riscos e os custos da energia nuclear têm sido sistematicamente subestimados. É lamentável que só acidentes como o de Fukushima obriguem a opinião pública a tê-los em conta. Nesta matéria é sintomática a forma como se esquecem no dia-a-dia os riscos e os custos do armazenamento dos resíduos nucleares. É significativo, que no mesmo jornal, Carlos Pimenta, ex-Secretário de Estado do Ambiente, recorde que uma fuga grave de radioactividade na central nuclear espanhola de Almaraz, o tenho levado nessa altura a quase ordenar o corte do abastecimento de água a Lisboa. Por tudo isto devemos recordar a revolta dos habitantes de Ferrel e saudá-la, bem como, o facto dos governos socialistas de José Sócrates, como já referimos, terem sempre apoiado o desenvolvimento das energias renováveis e recusado a opção pelo nuclear.